O título pode parecer assustador,
midiático demais ou apelativo. Se você encaixou o título em qualquer um dos
dois primeiros adjetivos, o objetivo foi atingido.
Uma
das premissas do estado totalitarista é a imposição imediata de medidas de
governo sem a consulta da população ou processo legislativo adequado. Se você encontra em nosso processo político
alguma semelhança, não é mera coincidência.
A
últimas reformas da Previdência (MPs 664, 665 e 739) afastaram qualquer chance imediata
de participação democrática da população sobre sua opinião. Aliás, contrariando
a necessidade do requisito formal “urgência”, as MPs, como de sua natureza intrínseca,
tiveram aplicação imediata, quando os efeitos atuarias só serão sentidos bem
mais a frente, colocando, assim, em cheque, se realmente a MP seria urgente.
Primeiro ponto de encontro do paralelo com o estado totalitário hitlerista
estabelecido.
Segundo
ponto vai de encontro ao fim colimado pela reforma: “a solução final”. Na
Alemanha nazista, procurou-se, através de várias medidas, controlar de tal forma
o povo judeu que este se sentisse acuado e deixasse o país. Resistente e
resiliente, os judeus lá permaneceram. Então Hitler pensou em como resolver a querela
com “a solução final”. Tal solução implicava em tão somente em dizimar todos os
judeus em campos de concentração, extinguindo assim os remanescentes e
impedindo a perpetuação daqueles.
A
Previdência Social brasileira está inserida em um sistema de Seguridade Social.
Tal sistema arrecadou R$ 512 bi em 2014 e conseguiu “deixar de gastar”
(economizar) R$ 54 bi. Esse total foi totalmente absorvido pela DRU (desvinculação
das receitas da União), como prevê o art. 76 do ADCT. Se a Previdência está dentro do sistema de
Seguridade e lhe falta dinheiro, fica a pergunta “porquê os recursos são
desvinculados pela DRU para outros fins”?
Reformas
já vieram por todos os meios normativos, MPs, ECs, Leis etc. Todas se prestarem
em diminuir a concessão de benefícios previdenciários ou ampliar a base de
cálculos das receitas da Seguridade. Como o povo judeu, sem direito reais, securitários,
de propriedade, financeiros e depois acossados para os guetos e, mesmo assim,
resistindo, a Previdência Social para ser empurrada pelo governo federal para a
mesma solução final da Alemanha hitlerista: a final.
“Como
acabar com o déficit da Previdência”, devem pensar os grandes formuladores dos estratagemas
do governo? “Simples: acabemos com os aposentados. Ou melhor, acabemos com o
direito de se aposentar. Aumentemos as idades, carências e outras exigências. Daí
não haverá aposentados para gerar déficit”.
E assim
caminham as propostas de Reforma. Com o fim de elidir os direitos para que a
ineficiência da gestão Estado não implique em necessidade de gerir algo que não
é capaz. É opção de desmontar ao invés de reorganizar.
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